terça-feira, 24 de março de 2009


Passava meus dias tranquilo com a certeza que
quando a noite caisse ela estaria lá.
assim que subia as escadas
o cheiro do seu perfume vinha entrelaçado na sua fumaça,
meu coração batia mais rápido numa calma que eu nunca havia sentido antes,
minhas pernas tremiam e minhas mãos suavam,
mas uma paz que chegava até ser intrigante tomava todo meu ser.
me aproximava, acendia também o meu cigarro e nada falavamos.
ela em uma ponta, eu em outra
imaginando como seria ter aquela mulher para mim.
como o seu tom de voz perto do meu ouvido faria arrepiar toda a minha pele,
como seu toque poderia ser acolhedor e como ela era a perfeição em forma de mulher.
seu nome só sabia porque um dia passará no corredor uma menina atormentaga gritando:
- Leticia, Leticia, o pen drive não está abrindo o trabalho!! a aula é daqui a 2 minutos.
e as duas sairam correndo para resolver o problema.
e assim, os nossos dias iam se seguindo, sempre ela numa ponta e eu na outra.
quando algo acontecia e eu me atrasava para aula era um grande tormendo, o fato de não poder ver aquela moça, que em meus pensamentos eu chamava gentilmente de lê, de não olhar como ela segura o cigarro, como ela cruza as pernas, como vez ou outra olha o relogio sem perceber na verdade que horas são, me deixava completamente desnorteada, o dia seguinte custava a passar até eu poder enfim encontrar com a minha menina.
vez ou outra alguém teimava em atrapalhar o nosso bailar de olhos e se juntava a nós acendendo um cigarro ou trocando palavras que eu pouco ouvia e sem paciência logo ia para a sala.
uma ou duas vezes me arrisquei a falar com ela, dei um boa noite e tudo q tive foi um aceno e um leve sorriso que não me deixou dormir aquela noite. outra vez pedi o seu isqueiro e um "por nada" eu ouvi dela, esse foi pior ainda, ouvir palavras dela direcionadas a mim, foi a coisa mais sublime para o meu pobre ser.
quase um ano se passou, e o meu amor cada dia era maior, planos e planos eu tinha com aquela mulher e ela nada sabia.
mais um periodo estava chegando ao fim e as ultimas férias tinham sido horriveis por não ter ela todas as noites, tentava chegar o mais cedo e só saia de lá quando ela ia para a sua sala para compensar o tempo que ficaria sem ver o meu amor.
certo dia, deixei minha bolsa na janela enquanto falava com um amigo, quando voltei
Leticia já não estava mais lá, então fui para minha aula, abri meu caderno
e encontrei uma carta, meu nome na frente com uma caligrafia caligrafia que não conhecia, porém bela, abri e tive o maior presente que alguém já teve na vida.
a carta era dela, sim, da Lê. ela dizia o quanto me amava e o quanto sentiria saudades de mim, que apesar de nunca termos dialogado, como o nosso amor não existia igual e que ela estava de partida naquela noite para o canadá, que moraria lá com sua imrã mais velha, que por lá já estava há alguns anos. quardei aquela carta como quem quarda um tesouro e a felicidade de ter tido aquele amor tão grande carrego comigo até hoje.
quando eu conto essa história, muitos dizem que eu fui covarde, que eu não soube ter aquele amor, que foi o grande amor da minha vida.
simplesmenre sorrio e não rebato, tão pouco sabem ele que eu não fui covarde e que provavelmente ela nem era tão perfeita como eu imaginava e nosso relacionamente não seria tão durador, poderia também ter casao com ela, mas mesmo assim o nosso amor não seria tão grande como é, todos os dias me lembro dela, do seu sorriso, dos seus gestos e a cada dia a amo mais, o amor mais puro e real que alguém poderia dar a outra pessoa.
ela tem esse meu amor todos os dias e
passo meus dias tranquilos aqui por saber
que onde quer que ela esteja ela também me dar esse amor.

Um comentário:

  1. esse texto não me é estranho... não lembro onde vi! hehehe. saudades, fer!

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